sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Superstição

Hoje seria aniversário da minha avó e me peguei pensando nas coisas absurdas que ela me dizia quando estava viva.

Até hoje fico tensa quando uma vassoura se arrasta perto de mim, porque ela dizia que se alguém varresse meu pé eu nunca me casaria.

Quando boto a calcinha ao contrário, sempre olho no relógio pra ver se já passou de meio-dia, porque ela dizia que se você só perceber depois de meio-dia, não tem problema.

E quando tiro uma blusa, ou um vestido, tomo cuidado para não deixar virar do avesso, porque ela dizia que a sorte toda ia embora.

Fora a bolsa, que nunca dorme aberta, pro dinheiro não fugir, mesma razão pela qual uma bolsa minha jamais será vista no chão de lugar algum.

Engraçado eu saber o quanto nada disso faz sentido, ou tem explicação, mas vai tirar da cabeça da gente as doideiras que são afirmadas com tanta convicção pelos outros? Especialmente pelos mais velhos.

E é por isso que eu tomo muito cuidado com o que eu digo perto de criança. Na pior das hipóteses, vai que ela acredita?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Brincadeira de criança

Quando eu era pequena, sempre tinha um adulto "pegando o meu nariz", aquela famosa brincadeira em que se mostra a pontinha do dedo pra criança e se finge ser a pontinha do nariz dela. Eu achava graça, não lembro se acreditava, mas provavelmente não.

Quando meus primos eram pequenos, eu fazia a bendita brincadeira com eles. Certa vez fiz com alguma criança que acreditou de verdade e, na hora em que eu fingi "comer o nariz dela", começou o desespero, uma crise de choro incontrolável seguida por gritos de "não, por favor não come o meu nariiiz!!!". É claro que já era tarde demais e eu tive de vomitar o nariz da chorona para devolvê-lo ao seu rosto.

Outro dia fui fazer isso com uma miúda de 5 anos de idade, eu já até tinha perguntado pra irmã dela se ela caia nessa brincadeira, mas resolvi fazer pra ver por mim mesma. Coisas da idade, não dá para resistir, é que nem apertar bochechas ou esconder o rosto por trás das mãos e perguntar para um bebê "cadê a tia Fernanda?".

A menina olhou para mim com a carinha mais solene do mundo e disse, diante da minha bobeira, que eu nem tinha pegado o nariz dela, era só a ponta do meu dedo.

Ok, essas crianças estão realmente ficando mais espertas. Talvez um dia elas nem riam mais da tia Fernanda escondidíssima atrás das mãos fechadas, ou realmente comecem a gostar mais do presente do que do embrulho, ou não achem divertido um bom brinco comprido na orelha de quem as têm no colo, ou um molho de chaves daqueles bem cheios.

Mas aí... Qual vai ser a graça?